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Será que estou viciada em sensações?

Sim, há uma grande chance de ser verdade!


Vamos lembrar que nossa realidade que é gerenciada pela mente, inclusive os sentidos somente são percebidos através da mente, sem a mesma não seria possível experenciar esta realidade. Todos os nossos sentimentos, pensamentos e sentidos geram sensações e todas essas sensações estão diretamente relacionadas com os valores que damos para elas.


Vamos imaginar uma criança que está começando a ter contado com a sua personalidade e identificando o ego (o eu) e nesta experiência, esta criança se depara com um brinquedo em sua frente, colorido, com muitas luzes e música. Dependendo do psiquismo desta criança, a mesma pode gostar muito do brinquedo ou não. Vamos imaginar que ela tenha gostado muito daquele brinquedo e nesse momento ela acabou de aprender a dar valor a um objeto. Esse objeto é muito importante para ela (inicio do apego).


Neste momento essa criança libera diversos hormônios de felicidade e o seu corpo sente um explosão de sensações, temos então um registro mental de prazer, ou seja, aquilo é muito bom. Agora vamos supor que outra criança apareça e pegue desta criança este brinquedo tão valioso. Aquela criança que até então estava vivendo a experiência de prazer se sente ameaçada, deixou de sentir aquela sensação e outras sensações surgem naquele momento, como por exemplo a da raiva.


Assim é a nossa vida, um reflexo dos nossos instintos onde estamos constantemente vivendo em busca de prazer e recompensa. Nossa mente acredita que é capaz de experimentar sensações através do nosso corpo e através dos nossos sentidos e quando alguém ameaça acabar com a nossa alegria, ou seja, quando algo não acontece do jeito que gostaríamos sentimos raiva.


Percebi nos meus estudos sobre FREUD que sempre sentimos desejo sobre algo e muitas vezes somos castrados, ou seja, não é possível conseguir o que queremos e todo esse desejo é obrigado a ser recalcado, ou seja, jogado ao inconsciente, mas ele não fica lá para sempre, o desejo dará um jeito de ser expressado, mesmo que seja através de uma doença (pior dos casos). Todos esses desejos castrados vividos constantemente geram frustrações constantes e por consequência raiva.


Todas essas frustrações, que são comuns geram sentimentos e esses sentimentos liberam hormônios e se observarmos, lembraremos que o nosso corpo que é composto em média por 80% água, então poderíamos dizer que todos esses hormônios são os ingredientes de uma grande sopa, e como será que está essa nossa sopa? Constantemente doce e feliz ou constantemente amarga e triste?


Esses hormônios precisam dos receptores das nossas células e liberar constantemente esses hormônios gera em nós uma necessidade de mais receptores para os mesmos e as células que morrem e nascem constantemente vão receber a informações genéticas de que o nosso corpo precisa de mais receptores para estes hormônios. Assim muitas células deixam de produzir receptores de proteínas para dar vez para os hormônios liberados tantas vezes por nós.


Essa liberação constante gera um vício, e por mais que seja doido pensar, neste caso do texto, o vício é na sensação de raiva e por mais que você acredite que a pessoa possa jamais sentir prazer na raiva, ela sente e nem percebe.


Uma pessoa que possui vício em raiva, busca constantemente se frustrar com ela mesma e com os outros, pois sabe que no fim das contas é isso que irá sentir, mais um pouco de raiva. Essa pessoa gera muitos valores aos objetos, pois sabe que haverá decepções com eles, afinal nada é controlável, e tudo isso acontece para que essa pessoa sinta mais um pouquinho de raiva.


Em alguns estudos eu percebi que muitas pessoas utilizam a raiva como motivação. Elas não conseguem ter uma motivação interna para realizar as tarefas do seu dia a dia e para que consiga alcançar essa força, ela precisa criar situações (na maioria inconscientes) onde o externo fará algo para que ela sinta raiva e a partir dessa raiva ela consiga fazer o que precisa, um desses comportamentos é a procrastinação.


Por que você continua fazendo coisas que não gosta? Por que você ainda gera valores negativos e positivos para as coisas? Por que você ainda cria situações desagradáveis para você? (você quem deu o valor).


Esse vício não está relacionado apenas com a raiva. Existem outros vícios comuns como em sedução, tristeza, medo ... entre outros.


Bom, eu posso dizer que sou uma pessoa que estou renunciando a esse vício na sensação da raiva e busco constantemente sair deste lugar. Eu percebi isso quando comecei a olhar para mim mesma e para os meus atos. Mas não me olhar como eu fazia antes, acreditando que era uma vítima do mundo, mas com verdade. Onde eu consegui ver meu inconsciente trabalhando através de mim em busca de prazer e as minhas intenções estavam escondidas de mim mesma, afinal, existe um ego que nos defende com unhas e dentes.


Se não tivermos coragem para olhar para nosso inconsciente, vamos continuar vivendo de forma automática e isso será um ciclo sem fim.


Eu acredito que se você se identificou com esse texto, você sabe do que eu estou falando e se alguma pontinha ai no seu peito sinalizou que pode ser que você esteja viciada em alguma sensação, não tenha medo de investigar.


As vezes precisamos olhar para os lados para podermos achar a porta de saída, ou até mesmo uma porta de entrada, a entrada para uma nova realidade.


Espero ter contribuído


Juliana Ville



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